Curitiba, 11 de Maio de 2017.
15:10

Ao receber Lilian Tintori, Rubens defende eleições gerais na Venezuela

Membro do Parlamento do Mercosul (Parlasul), o deputado federal Rubens Bueno (PPS-PR) recebeu nesta quinta-feira (11), em Brasília, a ativista de direitos humanos Lilian Tintori, mulher do líder político venezuelano Leopoldo López, que é mantido preso desde 2014 pelo regime do presidente Nicolás Maduro. Em encontro na Presidência do Senado, o parlamentar manifestou apoio ao pleito da oposição venezuelana que realiza uma série de manifestações no país em defesa da realização de eleições gerais.

“A Venezuela vive hoje uma ditadura e nós, do parlamento brasileiro, estamos firmes na defesa da retomada da democracia no país. Isso só vai acontecer com eleições gerais que tenham amplo acompanhamento de observadores internacionais. Estamos agindo junto a OEA e ao Parlasul para que essas entidades atuem na retomada da normalidade democrática do país, já que o governo de Nicolás Maduro vem desrespeitando constantemente a cláusula democrática que estabelece as condições para que o país possa integrar essas organizações. Inclusive, em evento recente no México, tratei desse assunto pessoalmente com o secretário-geral da OEA, Luis Almagro”, afirmou o parlamentar.

Durante o encontro em Brasília, Rubens Bueno, o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), e a presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, Bruna Furlan (PSDB-SP), entregaram a Lilian Tintori um convite para que ela participe, no próximo dia 23 de maio, na Câmara dos Deputados, em Brasília, da conferência “Diálogo Parlamentar em Defesa da Democracia na Venezuela”. O evento vai reunir presidentes dos parlamentos da América do Sul e do México, além de representantes dos Estados Unidos, Itália, Portugal, Espanha e União Europeia.

“Estão disparando à queima roupa e baleando crianças”

Lilian Tintori pediu ajuda dos parlamentares brasileiros para engrossarem, nos fóruns internacionais, a defesa por eleições gerais na Venezuela e divulgarem as denúncias de violação de direitos humanos no país. Essa é sua primeira viagem ao exterior desde que, na semana passada, surgiram informações desencontradas a respeito da saúde de seu marido, o líder oposicionista Leopoldo López, que está preso há 3 anos e 2 meses nos cárceres do regime de Maduro. Ele estava a 35 dias incomunicável, o que gerou especulações sobre sua morte. Diante da repercussão internacional do fato, no último domingo o governo venezuelano permitiu que Lilian visitasse o marido.

A ativista também denunciou as atrocidades cometidas pelo aparato policial do governo Maduro contra os manifestantes. Nas últimas quatro semanas 42 pessoas foram mortas. “Estão disparando à queima roupa e baleando crianças de 14 anos. É uma ditadura que está atirando contra os manifestantes. Mas (o povo da) Venezuela está protestando e lutando”, relatou.

Segundo Lilian Tintori, a situação do país é muito grave não só em virtude da questão política, mas também devido a grave crise econômica que provoca um caos social no país. “Não há atendimento médico, não há comida, as pessoas então morrendo”.

Temer recebe ativista

O presidente da República Michel Temer recebe Lilian Tintori às 17 horas desta quinta-feira no Palácio do Planalto. Ela veio pedir apoio do Brasil para mediar a crise na Venezuela dentro de organismos como o Parlasul e a OEA e vai relatar detalhes da perseguição contra os líderes da oposição na Venezuela nos últimos meses. Em Brasília, Lilian Tintori também se reúne às 15 horas com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Na audiência, os dois tratarão dos últimos acontecimentos no país e da realização da conferência “Diálogo Parlamentar em Defesa da Democracia na Venezuela”.

Na manhã desta quinta-feira, Maia e o deputado Rubens Bueno realizaram uma reunião de trabalho para acertar alguns detalhes da organização do evento com embaixadores dos países convidados para a conferência. Já confirmaram presença na conferência o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Julio Borges; o presidente da Câmara dos Deputados da Argentina, Emilio Monzó; o presidente do Congresso do Peru, Luz Salgado; a presidente da Câmara dos Deputados do México, María Guadalupe Murguía Gutiérrez; o presidente da Assembleia Nacional da Guiana, Barton Scotland; o embaixador da Guiana em Brasília, George Talbot; o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado italiano, Pierferdinando Casini; os deputados ítalo-brasileiros Renata Bueno Fabio Porta; e o presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas do parlamento de Portugal, Sérgio Sousa Pinto.

Já os parlamentos da Colômbia, Chile, Estados Unidos, Espanha e o Parlamento Europeu confirmaram a participação, mas ainda não definiram os nomes de seus representantes.