CIDADANIA 23
Diretório Estadual do Paraná
Curitiba, 07 de Junho de 2016.
16:27
“Eu mesmo alertei publicamente antes da escolha dos novos ministros, que não buscasse trazer para o governo alguém indiciado ou investigado pela Operação Lava Jato. Ao trazer, deu no que deu”, comentou, se referindo as baixas do ex-ministro do Planejamento Romero Jucá (PMDB) e do ex-ministro da Transparência, Fabiano Silveira logo nos primeiros dias após a posse de Temer. “Se pagou um preço”, ressaltou.
Helder Zerek
Rubens Bueno: A delação dá ainda mais força para o julgamento do impeachment no Senado
Tribuna do Interior - Walter Pereira
O deputado federal, Rubens Bueno (PPS), disse em entrevista à TRIBUNA, durante sua visita a Campo Mourão na última semana, que durante almoço com o presidente Michel Temer (PMDB), um dia antes de sua posse, havia o alertado quanto a nomeações de pessoas ao seu governo que estavam sendo alvos de investigação na Operação Lava Jato. O parlamentar participou de uma reunião mensal da Associação Comercial e Industrial de Campo Mourão (Acicam).
“Eu mesmo alertei publicamente antes da escolha dos novos ministros, que não buscasse trazer para o governo alguém indiciado ou investigado pela Operação Lava Jato. Ao trazer, deu no que deu”, comentou, se referindo as baixas do ex-ministro do Planejamento Romero Jucá (PMDB) e do ex-ministro da Transparência, Fabiano Silveira logo nos primeiros dias após a posse de Temer. “Se pagou um preço”, ressaltou.
O primeiro a cair foi Jucá, logo após a divulgação do grampo em que aparece conversando com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, dizendo que o impeachment “estancaria a sangria”. Uma semana depois foi a vez do ministro da Transparência, Fabiano Silveira, também flagrado em conversa gravada por Machado em que orienta o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), em sua defesa nas investigações da Operação Lava-Jato.
Após a divulgação da conversa houve uma onda de manifestações de servidores da Controladoria-Geral da União e de partidos da nova oposição, encabeçada pelo PT. Em menos de 12 horas, Fabiano estava fora. Temer não segurou a pressão e aceitou sua demissão, como ocorreu também com Jucá.
“Entendemos que o presidente Michel Temer teve que montar uma equipe às pressas e isso se monta com toda dificuldade que tem”, comentou Bueno. O parlamentar lembrou que quando o presidente Itamar Franco assumiu em 1992, com a renúncia de Fernando Collor de Mello, teve seis ministros da Fazenda em um curto espaço de tempo. “E mesmo assim fez o Plano Real, o maior programa econômico da história do Brasil e o maior programa econômico pós-guerra do mundo e a lei de responsabilidade fiscal”, comentou.