CIDADANIA 23
Diretório Estadual do Paraná
Curitiba, 24 de Novembro de 2016.
17:21
O líder do PPS na Câmara, deputado federal Rubens Bueno (PR), defendeu nesta quinta-feira, durante a sessão do plenário (veja o vídeo abaixo) que iniciou a discussão do projeto das 10 Medidas contra a Corrupção, a posição do PPS pela aprovação do relatório da comissão especial que analisou o tema e contra qualquer emenda para anistiar o caixa dois ou desfigurar a linha mestra do projeto de iniciativa popular. Depois de grande polêmica no plenário em torno de possíveis mudanças na proposta, a sessão foi encerrada e a votação deverá ocorrer na próxima quarta-feira.
“Não bastou a Lava Jato com tudo o que está acontecendo e o que está por vir. Agora temos a aceitação da delação premiada de 80 executivos de uma empreiteira. E imagina o que virá? E parece que esse plenário, essa Casa, não tomaram consciência da responsabilidade com o momento que estamos vivendo. Temos que votar as medidas que foram assinadas por quase 3 milhões de brasileiros para pressionar democraticamente o Parlamento. Mas parece que nada disso serviu. Nada disso conscientizou aqueles que estão aqui para dar uma resposta adequada como representantes do povo brasileiro”, alertou o líder do PPS.
Rubens Bueno lembrou ainda que bilhões de reais foram carreados para partidos, campanhas e candidatos e, apesar disso, havia uma movimentação para tentar anistiar aqueles que praticaram o caixa 2 no passado. “E aqui tem alguém, ou alguns, que desejam passar ao largo disso, mesmo sabendo que temos que enfrentar esse problema com a legislação adequada para fechar qualquer brecha para que aqueles que corrompem, aqueles que usam dinheiro público incorretamente não sejam punidos. Por isso a bancada do PPS vem aqui reafirmar sua posição. Vamos votar contra qualquer proposta de anistia ao caixa 2. Seja quando for. Caixa 2 tem que ser criminalizado e foi isso que sempre defendemos. Não vamos admitir qualquer alteração que não seja para melhorar e fortalecer o trabalho daqueles que fiscalizam a correta aplicação do dinheiro público”, avisou Rubens Bueno.
Temendo uma votação relâmpago com mudanças no texto, o PPS chegou a apresentar requerimento, junto com o PSOL e a Rede, para que todas as votações da matéria fossem nominais. O pedido foi rejeitado, mas devido ao impasse em torno do projeto e a reação de muitos parlamentares a uma tentativa de acordão, a sessão acabou sendo encerrada.
No texto da emenda de anistia que circula pela Câmara, que até o momento não tem autoria, está previsto que “não será punível nas esferas penal, civil e eleitoral, doação contabilizada, não contabilizada ou não declarada, omitida ou ocultada de bens, valores ou serviços, para financiamento de atividade político partidária ou eleitoral realizada até a data da publicação desta lei”.