CIDADANIA 23
Diretório Estadual do Paraná
Curitiba, 26 de Janeiro de 2017.
09:21
Para a recuperação da mais grave crise econômica da história da República, o PPS não hesitou em apoiar o governo de transição do presidente Michel Temer. Com isso, o partido renovou seu compromisso histórico com o legado da ética na política apresentando-se como real alternativa da esquerda democrática, em oposição ao desgastado, ineficiente e corrupto modelo do lulopetismo.
Divulgação
O PPS (Partido Popular Socialista) completa 25 anos de fundação nesta quinta-feira (26). O partido é resultado das deliberações do X Congresso do PCB (Partido Comunista Brasileiro) – realizado nos dias 25 e 26 de janeiro de 1992, no Teatro Zaccaro, em São Paulo – em resposta ao colapso da experiência do “Socialismo Real”, materializado pela URSS, e diante da nova ordem internacional com queda do Muro de Berlim, o fim da guerra fria e da União Soviética.
Na década de 80, com a retomada da democracia no Brasil e a consequente legalização da legenda, o processo de renovação interna do partido ganha força, e uma nova dinâmica com a volta dos companheiros que estavam no exílio. Neste período, o ainda PCB lançou pela primeira vez candidato próprio a presidente da República, nas primeiras eleições diretas após o fim da ditadura militar. Roberto Freire, presidente do partido, percorreu o País numa campanha histórica para os comunistas.
O PCB encontrava-se, no campo da esquerda, em condições excepcionais para dar esse passo decisivo. Não apenas em razão da opção clara pelo caminho democrático e de uma política de amplas alianças, afirmada já em 1958, mas, principalmente por ter, no pós-1964, passado por duas experiências poderosas de pedagogia democrática: a resistência à ditadura militar e o apoio à tentativa fracassada de autorreforma do regime soviético.
Em 1992 a mudança se concretiza. Freire, então presidente do PCB, convoca o X Congresso que altera o nome e a sigla de Partido Comunista Brasileiro para PPS (veja abaixo o Manifesto de Fundação do PPS). O PCB se torna então o primeiro PC no continente a mudar radicalmente sua política, sua estrutura orgânica e sua simbologia.
A fundação do PPS representou, então, um esforço consciente de reconstrução da esquerda democrática brasileira, no momento em que a falência dos paradigmas que animavam nossa organização política tornou-se evidente. Esse esforço assentou-se em alguns princípios que diferenciaram de forma clara o PPS das demais alternativas partidárias da esquerda, ainda vinculadas, de forma mais ou menos ortodoxas, a esses paradigmas.
O partido, como define a Resolução Política do XI Congresso, em 1994, é o “legítimo herdeiro das melhores tradições democráticas dos pensamentos marxista e socialista, continuador da história do PCB, reafirmando sua dimensão socialista, de esquerda e libertária”.
É esse legado de lutas, comprometido com as causas do povo brasileiro, que o PPS herdou depois de 1992, quando o partido assume novo nome, nova forma e nova perspectiva, mas sem perder sua história, que se abre para o século XXI mais revigorado na luta pela democracia como o caminho privilegiado de mudanças estruturais da sociedade e do Estado, sem as ilusões políticas e ideológicas que o tempo histórico revelou equivocadas.
Democrático e inspirado na herança humanista, libertária e solidária dos movimentos sociais e das lutas dos trabalhadores em nosso País e no mundo, o PPS esteve sempre ao lado da sociedade brasileira em defesa da democracia nos últimos 25 anos. Neste período, marcou sua trajetória em duas eleições presidenciais – 1998 e 2002 – denunciando os esquemas de corrupção do mensalão e na Petrobrás nos governos do PT (Partido do Trabalhadores).
O partido foi um dos primeiros a sair às ruas para defender o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e apoiar de forma irrestrita as investigações da Operação Lava Jato, o segundo escândalo de corrupção promovido pelo governo do PT. No Congresso Nacional, o PPS votou unanimemente pelo afastamento definitivo da petista, responsável pela volta da inflação, dos juros altos, do rombo nas contas públicas, do desemprego e da desesperança no País.
Para a recuperação da mais grave crise econômica da história da República, o PPS não hesitou em apoiar o governo de transição do presidente Michel Temer. Com isso, o partido renovou seu compromisso histórico com o legado da ética na política apresentando-se como real alternativa da esquerda democrática, em oposição ao desgastado, ineficiente e corrupto modelo do lulopetismo.
O PPS se renovou nestes 25 anos sem abandonar seu compromisso com a democracia como valor universal – caminho para enfrentarmos os enormes desafios que se impõe à sociedade -, com a luta da cidadania por uma sociedade mais justa e fraterna e as reformas permanentes nas esferas da economia e do Estado para continuarmos dignos do legado que recebemos nos embates que teremos que travar por um futuro melhor para o Brasil e o mundo.