Curitiba, 25 de Abril de 2018.
16:21

Rubens Bueno critica obstrução do PT para impedir votação de projeto do voto distrital misto

O deputado federal Rubens Bueno (PPS-PR) condenou nesta quarta-feira uma manobra de obstrução capitaneada pelo PT para impedir a votação, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, do projeto (PL 9212/17) do Senado que estabelece o voto distrital misto. Para o parlamentar, a atitude mostra a incoerência e o oportunismo do partido que, durante a votação da última reforma política, votou a favor desse modelo de votação para as eleições proporcionais.

“O PT e PSDB já votaram favoravelmente ao distrital misto durante análise de reforma política já aprovada no Congresso. Quem votou contra o ‘distritão’ e a favor do distrital misto foram PDT, PRB, PPS, PT, PSOL e PSDB”, disse. Para o parlamentar, o PT se une ao PSDB quando há interesse, “mas, quando vem um debate como esse, quer tentar censurar ou boicotar”, criticou, ao rebater o deputado Wadih Damous (PT-RJ), que alegou que a proposta de voto distrital misto é “antidemocrática, elitista e já foi derrotada duas vezes nesta legislatura”.

“Não dá para entender o que leva a um partido votar a favor do voto distrital misto e depois, apenas para impedir os trabalhos de uma comissão e confrontar o PSDB, fazer obstrução e alegar que agora essa é uma proposta antidemocrática. Isso é de uma incoerência sem tamanho”, comentou Rubens Bueno após a sessão ter sido encerrada por falta de quórum pelo presidente da CCJ, deputado Daniel Vilella (MDB-GO).

Relator do projeto, o deputado Betinho Gomes (PSDB-PE), também criticou a postura do PT e de partidos aliados. “A intenção não é fazer nenhum tipo de debate apressado ou açodado, mas iniciar uma discussão que, no meu entendimento, vai complementar a reforma política”, argumentou, lamentando que o PT, com a obstrução, não estava permitindo sequer a discussão do tema.

O sistema distrital misto combina o voto proporcional com o distrital. Com esse método, o eleitor votaria duas vezes: uma no candidato de seu distrito e outra no partido de sua preferência. Do total de eleitos, parte seria formada pelos mais votados em cada distrito e outra de acordo com uma lista de candidatos de cada partido. Nesse último caso, as legendas mais votadas garantiriam o maior número de eleitos de acordo com as vagas disponíveis.