Curitiba, 09 de Outubro de 2023.
10:54

Guarapuava; Indicação geográfica deve consolidar guarapuava como polo nacional de produção da erva-mate

Depois de algum tempo inativa, a Associação Paranaense dos Produtores e Industriais de Erva-Mate (APIMATE) reativou suas atividades na região em 2021 como mecanismo necessário para fomentar o setor. Esther Devantier Mendes representa a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação de Guarapuava junto ao Grupo de trabalho sobre Erva Mate no Estado.

Depois de algum tempo inativa, a Associação Paranaense dos Produtores e Industriais de Erva-Mate (APIMATE) reativou suas atividades na região em 2021 como mecanismo necessário para fomentar o setor. Esther Devantier Mendes representa a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação de Guarapuava junto ao Grupo de trabalho sobre Erva Mate no Estado. 

 

 Maior Município do Paraná em extensão territorial, Guarapuava carrega em sua história muitos legados, lendas e costumes que tornam o lugar peculiar, diferente e atrativo para muitas pessoas de todo o Brasil e de muitos países do mundo. 

 

Nos últimos anos, a cidade passou por grandes transformações em diversos setores, como o imobiliário, industrial, de comércio, turismo e tantos outros que podem ser visíveis até mesmo para o viajante mais desatento. No entanto, algo tradicional e de extremo valor chamou a atenção nos últimos tempos, inserindo a cidade em mais um dos patamares de destaque. Desta vez, o Município se mostra como o maior produtor de erva-mate sombreada do Brasil, uma vez que o Paraná é o maior produtor mundial da planta nativa que serve à indústria de vários segmentos.  

 

Além de Guarapuava, Municípios vizinhos que foram desmembrados de seu território ao longo dos anos, se somam em uma meta importantíssima, que é a formação de um bloco produtor da iguaria que vá muito além da cuia, como diz a proposta dos idealizadores da Associação Paranaense dos Produtores e Industriais de Erva-Mate (APIMATE).  

 

 APIMATE  

 

Depois de algum tempo inativa, a Associação Paranaense dos Produtores e Industriais de Erva-Mate (APIMATE) reativou suas atividades na região em 2021 como mecanismo necessário para fomentar o setor.  

 

No dia 25 de agosto de 2023, uma nova diretoria foi eleita para dar sequência nos trabalhos já iniciados, bem como, para a abertura de novos campos de atuação. 

 

A diretora-presidente da entidade, Dayana Lubian destacou a importância do setor para o Paraná e para o Brasil, uma vez que a exportação da erva-mate representa uma das grandes geradoras de divisas, além de incentivar a indústria local.  

 

“A APIMATE começou em 1985. A entidade foi fundada por um grupo de produtores e empresários. Depois de um longo tempo desativada, há dois anos, em 2021, os trabalhos recomeçaram. Na ocasião, promovemos o evento ‘Erva Mate 2030’. Na oportunidade, levantamos várias questões e demandas. Tratamos de diversos aspectos sobre o setor ervateiro e tudo isso deu uma injeção de ânimo nos envolvidos nesta atividade. A partir daquele momento, passamos a pensar e a trabalhar mais esses projetos. Nosso intuito é alavancar e propagar a cultura da erva-mate. E isto, sabemos que só será possível pela união dos empresários do setor, na busca por novos consumidores que, por sua vez, exigem novos produtos. A implantação de tecnologias é fundamental para que o trabalho prossiga e diversifique”, discorreu Dayana. 

 

Com a reorganização e ativação da APIMATE, a entidade ganhou uma sala nas dependências da Cilla Tech Park, que é uma associação de direito privado sem fins lucrativos. A Cilla Tech Park busca absorver as demandas locais, mapear recursos e estruturar ações para o desenvolvimento e fortalecimento do ecossistema de inovação de Guarapuava e da região. 

 

INDICAÇÃO GEOGRÁFICA 

 

A Indicação Geográfica (IG) é um reconhecimento de um produto ou serviço que está vinculado a um grupo de pessoas de uma determinada região. A partir deste reconhecimento, a marca, o produto, bem como seus derivados, não podem ser utilizados por outros locais, evitando, por exemplo, cópias, falsificações ou outras ações, inclusive de propaganda enganosa na tentativa de se passar ou se aproveitar da fama ou características de outro local. 

  

Dentro da cadeia produtiva da erva-mate, a indicação geográfica é fundamental para o fortalecimento do setor, uma vez que isso destaca, de forma específica, a origem do produto que se está consumindo, tornando a região uma referência no assunto. Por isso, atualmente, o objetivo da APIMATE e buscar este selo para que um grande bloco comercial do segmento seja estruturado. 

 

Conforme o prefeito de Guarapuava, Celso Góes, a erva-mate é um verdadeiro patrimônio do Município. Ele destaca que o setor é responsável pela geração de emprego e renda para muitas pessoas, e, por isso, deve ser apoiado pelo poder público. 

 

“A cada dia, nossa cidade se mostra necessária e de uma importância substancial para o Paraná e para o Brasil. Nossa história foi construída a partir de diversas atividades e o setor ervateiro, desde o início, foi fundamental para Guarapuava. A reativação da APIMATE e suas diversas atividades desenvolvidas, demonstra que há um vasto campo a ser cultivado neste segmento. A prefeitura, por meio de suas Secretarias, está atenta e determinada a apoiar para que investimentos cheguem até nosso Município, permaneçam e gerem muito mais riquezas”, destacou Celso Góes. 

   

 

NOVIDADES 

 

Desde a reativação da APIMATE, a entidade promoveu diversas mudanças e abriu caminho para grandes possibilidades no setor. Conforme detalhou Dayana, desde agosto, quando assumiu a diretoria da entidade, houve muito interesse por parte do governo do Estado em se tratando de incentivo à atividade que é puramente sustentável e, por isso, necessária à comunidade e à ecologia.  

 

“Desde que a APIMATE foi reativada, houve muitas atividades importantes no setor ervateiro de Guarapuava e região. O governo do Estado, por meio da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SEAB), soltou uma circular nomeando algumas instituições e empresas para representar a erva-mate em nível estadual. E a APIMATE foi convocada. Portanto, a partir de agora, temos uma cadeira no projeto da erva-mate do Paraná. Agora, começamos a ter voz e, por isso, somos ouvidos. É bom lembrar que antes, nunca tivemos esta oportunidade. Isso precisa ser levado em conta e encarado com um grande ganho para todos os envolvidos no processo”, destacou a diretora-presidente.  

 

SUSTENTABILIDADE 

 

A erva-mate sombreada tem como característica o cultivo em meio a outras vegetações, incluindo a mata nativa. Cercada pelo verde, a erva cresce à sombra, diferentemente das árvores plantadas em campos abertos. Além de contribuir para a preservação das matas, a erva com sabor mais suave é valorizada financeiramente pelas indústrias. 

 

A assessora da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação de Guarapuava, e membro da APIMATE, Esther Devantier Mendes, disse que é histórica a contribuição da erva-mate para o País, sobretudo, para o desenvolvimento do Paraná e da região de Guarapuava. Ele reitera que o cultivo da planta nativa, de forma sombreada, promove a prática da ecologia, que é muito mais do que uma maneira de se produzir mais, mas sim, uma questão necessária e vital para o planeta. 

 

“O primeiro fator importantíssimo no cultivo de erva-mate sombreada, é a sustentabilidade. Como se trata de uma árvore nativa, a erva-mate se adapta perfeitamente na sombra e se intercala com outras espécies, igualmente nativas, como a araucária e a imbuia, por exemplo. A erva-mate mantém a floresta de pé, pois ela viabiliza as áreas de preservação. Portanto, não há um corte das árvores (de erva-mate), mas sim, a poda. E depois da poda, a brota vem com mais força e beleza. Só o fato de poder explorar esta atividade sem mexer na floresta, é motivo de comemoração, uma vez que são espécies ameaçadas de extinção que convivem entre si. Por isso, é muito importante frisar que, além de rentável, esta é uma atividade sustentável”, explicou Esther.  

 

QUALIDADE 

 

Além da sustentabilidade, os produtos derivados da erva-mate sombreada apresentam um diferencial considerável, em se tratando da qualidade e de valor agregado. Propriedades importantes, como a cafeína, por exemplo, são percebidas com maior concentração neste tipo de cultivo. Além disso, a coloração em um tom de verde muito mais acentuado faz parte das características da erva-mate sombreada.  

 

“Na erva-mate sombreada, o teor de cafeína é muito maior. Além disso, há outras qualidades como a coloração que deixa o produto muito mais bonito, sem aquela aparência de envelhecimento, por exemplo. No chimarrão, aqui no Brasil, há preferência pela erva-mate mais verde, enquanto no Paraguai e na Argentina, eles consomem a erva-mate descansada, ou seja, industrializada. Por isso, essas diferenças devem ser levadas em consideração, pois nosso produto possui muito mais qualidade e, com isso, os ganhos são maiores também em toda a cadeia produtiva”, reforça Esther. 

 

PROJETOS  

 

No início de outubro, a APIMATE propôs à Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SEAB) do Estado, um projeto de inclusão de alimentos e bebidas derivados da erva-mate na merenda escolar. Conforme o documento, redigido por pesquisadores, empresários, professores e influentes do setor, a ação tem ainda, o intuito de promover o desenvolvimento empresarial e a geração de empregos, mas, sobretudo, de servir como fonte de conhecimento para as novas gerações.  

 

“Sabemos o quanto trabalhamos em prol do desenvolvimento dessa cultura, que gera tantas oportunidades de empregos e negócios. Vemos que a erva-mate, o nosso ouro verde, a qual temos um ramo de sua planta em nossa bandeira do Estado, está voltando. Os olhos do mundo estão atentos a este produto. Por isso, devemos, agora, ainda mais, valorizar essa cultura e essa planta que é exclusiva com todos os seus benefícios”, diz um trecho do documento da APIMATE enviado à Pasta estadual. 

 

MOVIMENTO 

 

No dia 29 de agosto de 2023, o secretário da SEAB, Norberto Anacleto Ortigara, enviou uma circular à APIMATE, destacando a importância da erva-mate no desenvolvimento econômico e social. Ele pontuou ainda, que o Paraná se posiciona como o maior produtor de erva-mate no mundo. Na ocasião, o secretário informou que a Pasta havia criado um grupo de trabalho para fomentar o setor e que seria necessário a indicação de um membro para a equipe.

 

Depois de análise, Esther Devantier Mendes foi indicada, e agora, ela representa a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação de Guarapuava junto ao Grupo de trabalho sobre Erva Mate no Estado.
 

ABAIXO, O TEXTO:  

 

A erva-mate é um produto florestal não madeireiro de grande representatividade para o Paraná, posicionando o Estado como maior produtor mundial de erva-mate. É uma espécie nativa característica da floresta com Araucária (Floresta Ombrófila Mista) e que possui um papel muito importante na história do Paraná e Sul do Brasil. Atualmente, ela gera empregos e renda ao longo de toda a sua cadeia produtiva, além da sustentabilidade, pois conserva a fisionomia vegetal nativa, sendo que a maior parcela de produção paranaense é proveniente de ervais nativos ou sombreados.

  

Em 2021, a produção de erva-mate representou 17,6% do VBP (Valor Bruto da Produção) florestal, em torno de R$ 1,1 bilhão alcançando uma produção 714 mil toneladas, aumento de 11,8% em volume, frente à produção de 2020. Em valores nominais, seu VBP cresceu 44,9% no período, de R$ 753 milhões para R$ 1,1 bilhão.  

 

O Paraná é o maior produtor nacional de Erva-Mate em folha (IBGE, 2022), abastecendo as indústrias estaduais e de outros Estados brasileiros. As exportações paranaenses de erva-mate cresceram 45,5% em volume frente a 2020, contribuindo para o aumento da demanda pelo produto. Além disso, pesquisas recentes demonstram que o consumo da erva-mate apresenta um importante potencial social, pois a prática está associada à manutenção da saúde e prevenção de várias doenças cardiometabólicas. 

 

Dessa forma, e considerando: 

 

A necessidade de discutir e construir política pública para o fortalecimento do setor produtivo da erva-mate; 

A necessidade de iniciativas para melhor visibilidade mercadológica da erva-mate e seus derivados; 

A elaboração e discussão de iniciativas de estímulo ao consumo;  

A discussão da possibilidade de introdução da erva-mate em programas alimentares do Estado; 

A melhoria dos índices produtivos com o manejo sustentável dos ervais;  

A necessidade do setor em orientar o desenvolvimento de pesquisas com a erva-mate; 

A necessidade de ações de fomento e assistência técnica; 

 

A Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (SEAB), por meio Departamento de Florestas Plantadas (Deflop), vem solicitar gentilmente, a indicação de um representante titular e respectivo suplente, membro dessa instituição, para composição do Grupo de Trabalho da Erva-Mate que terá como objetivo, discutir internamente e em conjunto com outras instituições o estímulo à produção, consumo, fortalecimento de mercado, pesquisa e discussão de uma política para a cadeia produtiva da erva-mate. 

 

Atenciosamente,  

 

Norberto Anacleto Ortigara, Secretário de Estado. 

DEFLOP/mvs 

 

CONTEXTO HISTÓRICO 

 

A erva-mate, ou Ilex paraguariensis, possui uma história diretamente ligada com a trajetória do povo sul-americano. 

 

O primeiro grupo que se tem registro de ter utilizado a erva foram os nativos guaranis, que habitavam a região das bacias dos Rios Paraná, Paraguai e Uruguai. Esses povos acabaram por difundir o uso do mate com os colonizadores espanhóis, fazendo com que, em meados do século XVI, a extração de erva-mate fosse a atividade econômica mais importante da Província Del Guairá, território que abrangia praticamente o Paraná, no qual se situavam cidades espanholas e reduções jesuíticas. Mais tarde, a erva se tornaria o principal produto paranaense durante o período entre a Emancipação Política do Paraná (1853) e a Grande Crise de 1929, chegando a representar 85% da economia do Estado. 

 

A erva-mate foi classificada cientificamente em 1820 pelo botânico francês Saint-Hilaire e continuou a ser consumida em forma de chá ou chimarrão nas conhecidas cuias, bem como utilizada como matéria-prima para diversos produtos. 

 

A partir de então, a iguaria foi levada a outros pontos do País e para países vizinhos. Tropas, comboios de carroças, barcos, trens e, por fim, caminhões, fizeram parte dos meios usados para transportar a erva-mate e inseri-la nas mais diferentes comunidades e culturas. Atualmente, a erva-mate alcançou um patamar de consumo imenso e o uso deste produto vai para muito além da cuia, uma vez que está presente em diversos segmentos, como na alimentação, perfumaria, medicina e refrigerantes. 



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