Curitiba, 06 de Junho de 2016.
11:33

AS SUELIS ESTÃO MORTAS

Artigo do Dr. José Eugênio Maciel

“De vez em quando a eternidade sai do teu interior e a contingência substitui-a com o seu pânico.

São os amigos e conhecidos que vão desaparecendo e deixam um vazio irrespirável.

Não é a sua 'falta' que falta, é o desmentido de que tu não morres”.

Vergílio Ferreira

            Elas estão mortas. A Sueli mãe. A Sueli filha.

            Sueli Amorim Chagas enfartou, o coração de mãe não suportou por causa do sofrimento da filha. A mãe morreu no dia 30 de maio aos 61 anos.

            Caso hoje estivesse viva, a mãe Sueli iria velar e enterrar a filha, Sueli Chagas, 45 anos. A filha foi covardemente espancada, estava na UTI, lá só foi possível minorar a dor cruel, desumana. Morreu no hospital, última sexta, dia seis.

            Se o contrário, a filha sobrevivesse, saberia a morte da mãe, iria despedir-se dela, última vez.

            Natural a recusa em aceitar a realidade de uma tragédia, se tenta fugir, buscar amparo nas cogitações como não poderia, deveria ter acontecido.

            A morte das duas Suelis não tem nada de acaso e nenhum fator pode – sequer a mais remota das hipóteses – apontar o “destino”, “ele” o responsável. Absolutamente não!

            Até agora o ex-companheiro da Sueli está preso, assassino confesso. No noticiário figura apenas as iniciais do nome: P.S.T. Nas imagens divulgadas aparece de costas, cabeça curvada para baixo. O que ele não pode esconder é a barbárie instrumentalizada no tijolo, faca, pedra, pau. O corpo da ex-companheira largado, sem forças, na lama em uma construção, a escorrer o barro misturado no sangue jorrado. Ela foi abandonada. A fúria criminosa esmaeceu nele em fuga.   

            A origem do nome é germânica, Sueli é “luz que brilha”; É “cheia de luz”. A luz de mãe e filha foi hediondamente apagada pela estupidez inaceitável de um monstro. Resta aos familiares o luto, toda a dor e o olhar para as estrelas do céu na busca e lembranças das Suelis.       

Fases de Fazer Frases (I)

            Silencio o silêncio, tirar/colocar acento, acentuar o que não tem som.

Fases de Fazer Frases (II)

            Olheiras ficam próximas das orelhas. Então olhei-as.

Fases de Fazer Frases (III)

            De morar, moro. Moro, sem demorar.

Fases de Fazer Frases (IV)

            Por enquanto... É pôr no canto, tanto por quanto.

Fases de Fazer Frases (V)

            De vez em quando inverta: de quando em vez.

Fases de Fazer Frases (VI)

            É fato o olfato? Ou o olfato não é fato? Tudo é fátuo?

Fases de Fazer Frases (VII)

            Falar bem faz bem quando bem é a fala.

Fases de Fazer Frases (VIII)

            Balde furado: é de baldar.

Fases de Fazer Frases (IX)

            Sobre vir é inesperado sobrevir.

Fases de Fazer Frases (X)

            Brinco com as palavras, com elas não brigo. Palavras me abrigam. 

Olhos, Vistos do Cotidiano

            Divisar é enxergar, avistar, distinguir. Campo Mourão Basquete é o divisar: primeira divisão do Novo Basquete Brasileiro. Um passo à frente! Atrás ficaram utopia, semente plantada com  cuidado, Amo Basquete dos apaixonados e praticantes do esporte. Agora todo mourãoense torce, ama o basquete, todos acreditam, erguem braços, movimentam mãos, saltam com os jogadores. Cada voz se soma, um coro: amo basquete!

            Domingo, 11 horas iniciará o jogo contra o Vasco. Mourãoenses, moradores da região,  parananenses estaremos lá no Rio de Janeiro.   

Reminiscências em Preto e Branco

            Garrafas de leite eram colocadas na porta das casas, como os pães, tempo que passou. Hoje se fossem deixados existiria café da manhã para os“inimigos do alheio”. Aliás, “inimigos do alheio” é sofisma e lembra a política atual brasileira, caso de polícia e justiça: de lá são, delação premiada.