Curitiba, 14 de Setembro de 2017.
18:45
O deputado federal Rubens Bueno (PPS-PR) afirmou nesta quinta-feira (14) que o presidente da República Michel Temer enfrentará uma série de dificuldades para escapar de virar réu e ser afastado do cargo diante da nova denúncia apresentada pela Procuradoria Geral da República (PGR). O peemedebista é acusado dos crimes de organização criminosa e obstrução de Justiça.
Robson Gonçalves
Rubens Bueno: A acusação é forte e provas são robustas com relação ao envolvimento dele no esquema
O deputado federal Rubens Bueno (PPS-PR) afirmou nesta quinta-feira (14) que o presidente da República Michel Temer enfrentará uma série de dificuldades para escapar de virar réu e ser afastado do cargo diante da nova denúncia apresentada pela Procuradoria Geral da República (PGR). O peemedebista é acusado dos crimes de organização criminosa e obstrução de Justiça.
“Desta vez será muito difícil Temer escapar. A acusação é forte e as provas são robustas com relação ao envolvimento dele no esquema. Essa história de ‘eu não sabia’, adotada pelo ex-presidente Lula lá no mensalão, não cola mais. Não é à toa que o petista hoje é réu em cinco processos e apontado como chefe de quadrilha. O mesmo deve acontecer com Temer”, avaliou Bueno, que é integrante da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, colegiado responsável por analisar a denúncia contra Temer antes da votação em plenário.
De acordo com o parlamentar, com uma base parlamentar enfraquecida e dividida diante da série de denúncias que pesam contra integrantes do governo, Temer não deve encontrar na Câmara as mesmas facilidades que teve para escapar do prosseguimento da primeira denúncia. “Na primeira denúncia ele usou de todos os artifícios, como a liberação desenfreada de emendas, para escapar. Agora a conta de sua base fisiológica deve ser muito maior e tenho minhas dúvidas se ele conseguirá escapar”, disse Rubens Bueno, lembrando que já na análise da primeira denúncia o PPS votou pela autorização da abertura de processo contra Temer.
Na acusação entregue ao Supremo Tribunal Federal, o procurador-geral Rodrigo Janot aponta que o presidente praticou o crime de obstrução de Justiça quando deu aval para o empresário Joesley Batista, dono da JBS, comprar o silêncio do doleiro Lúcio Funaro e do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presos pela Lava Jato. Mais tarde Funaro acabou fazendo delação premiada e revelou que Temer foi beneficiário do esquema de cobrança de propina da JBS, da Odebrecht, entre outras, em troca da aprovação de medidas no governo e no Congresso que favoreciam as empresas.
“Quadrilhão do PMDB”
Com relação ao crime de organização criminosa, o procurador considera que o atual presidente da República estaria no centro do chamado “quadrilhão do PMDB da Câmara”. Ele teria “poder de decisão” no grupo acusado de desviar milhões de reais dos cofres públicos. Somente em um apartamento alugado pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima a Polícia Federal encontrou R$ 51 milhões que seriam provenientes do esquema de propina comandado pelo grupo.
Os delatores Joesley Batista e o executivo Ricardo Saud também foram denunciados junto com os ex-deputados do PMDB Eduardo Cunha (RJ), Henrique Alves (RN), Geddel Vieira Lima (BA), Rodrigo Loures (PR) e os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e da Secretaria-Geral, Moreira Franco.