Curitiba, 29 de Outubro de 2018.
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Segundo o IBGE, a população ocupada no País somou 92,6 milhões de pessoas
A taxa de desemprego ficou em 11,9% no terceiro trimestre deste ano, segundo dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Contínua) divulgados, nesta terça-feira (30) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O resultado é inferior aos 12,4% registrados no segundo trimestre deste ano e no terceiro trimestre do ano passado. Os números da pesquisa mostram também que a queda da taxa de desemprego foi puxada pelo aumento do trabalho informal.
A população desocupada ficou em 12,5 milhões, ou seja, 3,7% a menos do que no segundo trimestre deste ano e 3,6% a menos do que no terceiro trimestre de 2017.
Segundo o IBGE, a população ocupada somou 92,6 milhões de pessoas, um aumento de 1,5% tanto em relação ao segundo trimestre deste ano quanto em relação ao terceiro trimestre de 2017.
Segundo o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, na passagem do segundo para o terceiro trimestre, a população ocupada aumentou em cerca de 1,4 milhão de pessoas.
“Isso traz, como resgate da desocupação, quase meio milhão de pessoas”, disse.
“Esse número é bastante favorável e bem vindo. Entretanto, essas vagas geradas estão concentradas na informalidade, ou seja, são vagas sem carteira de trabalho assinada ou de trabalho por conta própria”, completou Azeredo.
O pesquisador destacou, porém, que foi “a primeira vez depois de 13 trimestres seguidos” que, na comparação anual, a carteira de trabalho assinada não teve queda significativa.
“Isso é positivo porque pode estar indicando uma recuperação do mercado de trabalho”, afirmou.
Na semana passada, o Ministério do Trabalho informou que o Brasil gerou em setembro 137,3 mil empregos com carteira assinada, o melhor resultado para o mês nos últimos cinco anos (veja aqui).
Subutilização fica em 24,4%
A Pnad-Contínua também avaliou neste trimestre a taxa de subutilização da força de trabalho, que é o percentual de pessoas desocupadas, que trabalham por menos horas do que poderiam ou que estão na força de trabalho potencial.
A taxa ficou em 24,4% no terceiro trimestre deste ano, abaixo do 24,6% do trimestre anterior e relativamente estável em relação ao 23,9% do terceiro trimestre do ano passado.
A população subutilizada somou 27,3 milhões de pessoas, estável em relação ao trimestre anterior, mas 2,1% superior ao terceiro trimestre de 2017.
O número de pessoas desalentadas (aquelas que não procuram emprego porque acham que não vão conseguir) ficou em 4,8 milhões, estável em relação ao trimestre anterior e 12,6% acima do mesmo trimestre de 2017 (4,2 milhões).
Já a taxa de desalentados entre o total da força de trabalho foi de 4,3%, relativamente estável em relação ao segundo trimestre deste ano (4,4%) e acima dos 3,9% do terceiro trimestre do ano passado.
O rendimento médio real habitual dos trabalhadores no terceiro trimestre ficou em R$ 2.222, estável em ambas as comparações. Também manteve estabilidade a massa de rendimento real habitual (R$ 200,7 bilhões).
Trabalho informal
Os dados do IBGE mostram que a queda da taxa de desemprego foi puxada pelo aumento do trabalho informal – sem carteira assinada – ou por conta própria e do número de pessoas que trabalham menos horas do que gostaria.
O número de empregados com carteira de trabalho assinada foi classificado pelo IBGE como estável frente ao trimestre anterior (oscilação positiva de 0,4%) e também no confronto com o mesmo trimestre de 2017 (oscilação negativa de 1%), reunindo 33 milhões de pessoas.
Já o número de trabalhadores em carteira de trabalho assinada (11,5 milhões de pessoas) subiu 4,7% em relação ao trimestre anterior (522 mil pessoas a mais). Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, a alta foi de 5,5% (601 mil pessoas a mais)
A categoria dos trabalhadores por conta própria (23,5 milhões de pessoas) cresceu 1,9% em relação ao trimestre anterior (mais 432 mil pessoas) e aumentou 2,6% (mais 586 mil pessoas) em relação ao mesmo período de 2017.
Já o número de subocupados por insuficiência de horas trabalhadas (6,8 milhões de pessoas) cresceu 5,4% (mais 351 mil pessoas) na comparação com o trimestre encerrado em junho, e aumentou 9,3% (mais 582 mil pessoas) ante 1 ano antes. (Com informações do IBGE, Agência Brasil e Portal G1)