Curitiba, 11 de Maio de 2016.
13:26

Em pronunciamento que recebeu o aparte de 13 deputados, líder do PPS aponta crimes do PT e faz balanço do movimento pelo impeachment

Ao fazer um balanço do movimento pelo impeachment dentro do Congresso, o deputado lembrou que o PPS foi um dos primeiros partidos a levantar a bandeira do afastamento da presidente. “Mas por que chegamos a esse ponto? Por que foi necessário caminharmos pelo caminho legal e constitucional do impeachment para defender a saída de Dilma? Eu respondo: Porque o PT, ao chegar ao poder, mostrou sua pior face. Abandonou seus compromissos históricos com a ética na política e instalou no centro do poder uma verdadeira organização criminosa que se espalhou por todas as estruturas estatais com o objetivo de superfaturar obras e desviar recursos públicos para benefício pessoal de dirigentes, políticos e uma teia de lobistas”, disse.

Robson Gonçalves

Líder do PPS diz que governo Dilma gerou exército de desempregados com mais de 11 milhões de pessoas

Portal PPS

Lembrando que esta quarta-feira será um dia crucial para todos aqueles que saíram às ruas do país para protestar contra a corrupção, as mentiras e a incompetência do governo Dilma Rousseff, o líder do PPS, deputado federal Rubens Bueno (PR), afirmou em discurso no plenário (veja abaixo o vídeo) que a expectativa é que, assim como aconteceu na Câmara dos Deputados, os senadores tenham ampla maioria para dar continuidade ao processo de impeachment da petista. Com isso, Dilma será afastada do cargo por 180 dias para que se inicie o julgamento.

Leia a íntegra do discurso

Ao fazer um balanço do movimento pelo impeachment dentro do Congresso, o deputado lembrou que o PPS foi um dos primeiros partidos a levantar a bandeira do afastamento da presidente. “Mas por que chegamos a esse ponto? Por que foi necessário caminharmos pelo caminho legal e constitucional do impeachment para defender a saída de Dilma? Eu respondo: Porque o PT, ao chegar ao poder, mostrou sua pior face. Abandonou seus compromissos históricos com a ética na política e instalou no centro do poder uma verdadeira organização criminosa que se espalhou por todas as estruturas estatais com o objetivo de superfaturar obras e desviar recursos públicos para benefício pessoal de dirigentes, políticos e uma teia de lobistas”, disse.

Um esquema, segundo ele, que iniciou com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que, além disso, irrigou o caixa do PT, de aliados e as duas campanhas da presidente Dilma Rousseff. “No governo, Dilma, longe do carimbo de ‘boa gerente’, se mostrou incompetente, arrogante e incapaz de reverter alguns estragos que seu antecessor já havia feito, ao iniciar uma escalada irresponsável de gastos públicos. Botou os pés pelas mãos e, como ela própria disse durante a campanha, “fez o diabo para se reeleger”, relembrou.

Ao falar do cenário econômico, Rubens Bueno, frisou que a intervenção desonesta na economia, com algumas medidas de fechamento do país à competição internacional até a escolha de “campeões nacionais” implicou redução severa do ritmo de crescimento da produtividade e a quebra de alguns setores produtivos importantes. “Esse cenário criou um forte estímulo à busca por favores do governo. O resultado disso foi que chegamos à maior recessão econômica dos últimos 30 anos”, lamentou.

O líder do PPS apontou ainda que o crescimento acumulado da economia brasileira nos cinco anos de governo Dilma foi de míseros 4,7%. “Esse resultado é única e exclusivamente responsabilidade do desastre da política econômica adotada pelo governo Dilma. Não há nenhuma responsabilidade externa nessa recessão sem precedentes. Para termos uma ideia, o PIB mundial teve um crescimento médio de 3,4% por ano. Ou seja, o mundo está crescendo em média mais de três vezes comparado ao Brasil, no governo Dilma. E no ano passado, enquanto o mundo crescia 3% em média, o Brasil recuava 3,8%”, comparou.

Um desempenho, continuou o deputado, que gerou exército de desempregados com mais de 11 milhões de pessoas. Só no ano passado, o governo do PT fechou mais de 1,5 milhão de postos de trabalho.

“A realidade é que precisamos realizar um esforço fiscal da ordem de R$ 250 bilhões. Essa é a diferença entre o atual déficit de R$ 120 bilhões (2% do PIB) e um superávit de R$ 120 bilhões que devemos buscar para que estabilizemos a trajetória de crescimento da dívida pública. Esse é, hoje, o nó górdio da economia brasileira”, resumiu Rubens Bueno ao analisar a situação do país.

Ao falar do novo governo que deve ser instalado com o afastamento de Dilma, Rubens Bueno defendeu que o compromisso dos partidos que apoiaram o impeachment deve ser em primeiro lugar, com o país, com a reconstrução de nossa economia, com o combate à corrupção e com um apoio parlamentar robusto que permita a realização de ajustes e reformas estruturais. “Queremos um governo de transição eficiente e isso não será possível se for construído com base no fisiologismo e no “toma-lá-dá-cá”. Esse filme nós já assistimos com o PT e não queremos reprise”, alertou.

Para o líder do PPS, o vice-presidente Michel Temer é um político que sabe ouvir e conciliar e, portanto, não teria dificuldades para formar um governo de união e com a marca da mudança. “Vivemos um momento político dos mais graves. Uma situação em que não se permite cometer muitos erros”, disse..

No discurso, realizado no Grande Expediente desta terça-feira, o líder do PPS criticou também a tentativa do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), de anular a votação do impeachment da Câmara, ressaltou as ações feitas pela PPS que levaram ao afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) do comando da Casa e também saudou o trabalho realizado pelo juiz Sérgio Moro na Operação Lava Jato.

Na sessão, presidida pela deputada Carmen Zanotto (PPS-SC), apartearam o discurso de Rubens Bueno, elogiando seu trabalho como líder e o papel que vem desempenhando no processo de impeachment, o presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire (SP), os líderes do DEM, Pauderney Avelino (AM), e da Minoria, Miguel Haddad (PSDB-SP), e os deputados Arnaldo Jordy (PPS-PA), Raul Jungmann (PPS-PE), Alex Manente (PPS-SP), Carlos Melles (DEM-MG), Augusto Coutinho (SD-PE), Darcísio Perondi (PMDB-RS), Vanderlei Macris (PSDB-SP), Tadeu Alencar (PSB-PE), Afonso Motta (PDT-RS) e Onyx Lorenzoni (DEM-RS).