Curitiba, 30 de Maio de 2017.
15:37
Robson Gonçalves
Rubens Bueno: Esperamos que o dinheiro desviado seja recuperado e volte ao caixa do Funcef
Após mais de três anos denunciando desmandos nos fundos de pensão que eram controlados pelos governos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, o deputado federal Rubens Bueno (PPS-PR) comemorou nesta terça-feira a decisão da Justiça federal de Brasília de aceitar a denúncia e tornar reús 14 ex-dirigentes do Funcef, o fundo de pensão dos empregados da Caixa Econômica, e ex-diretores da Engevix. Também se tornou réu João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, que já preso por envolvimento no esquema da operação Lava Jato.
Para o parlamentar, que foi autor do pedido da CPI que investigou o esquema, essa primeira denúncia acatada revela que a comissão de inquérito caminhou no trilho certo ao desvendar detalhes do esquema fraudulento que desviou bilhões dos fundos de pensão e prejudicou milhares de funcionários da Caixa, dos Correios, da Petrobras, entre outros fundos. “Nossa investigação sobre os fundos de pensão valeu a pena. Eles foram dilapidados da forma mais descarada e agora ficamos satisfeitos com a Justiça tornando réus vários dirigentes que denunciamos”, afirmou Rubens Bueno, lembrando que a Operação Greenfield, que resultou agora na ação criminal, aconteceu após diversas denúncias da imprensa, de parlamentares e funcionários da Funcef.
Os reús vão responder processo pelos crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta de instituição financeira, apropriação indébita, emissão de títulos sem lastro ou garantia, entre outras ilegalidades. Entre os envolvidos estão os ex-presidentes da Funcef Guilherme Narciso de Lacerda e Carlos Alberto Caser e o ex-superintendente de fundos de investimentos da Caixa, Roberto Carlos Madoglio. Também se tornou réu José Carlos Alonso Gonçalves e Cristiano Kok, sócios da Engevix, e o lobista Milton Pascowitch, delator da Lava-Jato.
A investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal descobriu que os desvios no Funcef foram feitos por meio de investimentos na empresa Cevix Energias Renováveis, de propriedade da Engevix. De acordo com a denúncia, entre setembro de 2009 e agosto de 2010 os dirigentes do fundo aplicaram R$ 260,670 milhões em cotas de participação na empresa. Desse total, a Engevix teria desviado R$ 63 milhões que seriam investidos na empresa, que foi supervalorizada com laudos fraudulentos e sem parecer técnico da controladoria do Funcef. Os investigadores apontaram também que R$ 5,9 milhões teriam sido repassados ao PT.
“O prejuízo total do Funcef com a operação criminosa chegou a R$ 402 milhões. Dinheiro que saiu do bolso de dirigentes criminosos, empresários e políticos corruptos que enriqueceram às custas dos funcionários da Caixa. Esperamos agora que o dinheiro desviado seja recuperado e possa voltar ao caixa do Funcef”, finalizou o deputado Rubens Bueno.