Curitiba, 29 de Novembro de 2016.
17:41
Robson Gonçalves
Para Rubens Bueno, conversa de Temer com ex-ministro foi protocolar
O líder do PPS na Câmara, deputado federal Rubens Bueno (PR), afirmou nesta terça-feira (29) que as gravações feitas de forma clandestina pelo o ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, de conversas com integrantes do governo e com o próprio presidente Michel Temer não vão atrapalhar as votações no Congresso e outras medidas do Executivo para conter a crise econômica. O parlamentar, que condenou a atitude do ex-ministro de gravar o presidente, disse que o caso, que envolve um pedido do ex-ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, com relação a construção de um edifício em Salvador, vem sendo tratado pelo Planalto de forma transparente.
“É evidente que quando um ministro comete esse erro grave de gravar a figura do presidente da República e traz isso a público provoca uma crise. Mas acredito que isso não vai obstaculizar neste momento as medidas que estão sendo adotadas para que o país se encontre do ponto de vista econômico. O governo Temer começa a mostrar para o mundo que é possível o país sair do lugar em que se encontra, com crescimento negativo e milhões de desempregados. Sair disso é o que Brasil precisa. O que temos até o momento é uma gravação feita de forma inadequada, e que está sendo discutida de forma transparente”, afirmou.
A transcrição da conversa entre Temer e Calero no último dia 18 denovembro foi divulgada nesta terça-feira (29) pela Globonews.
“Quero pedir minha demissão e quero que o sr. aceite, por gentileza, porque eu não me vejo mais com… condições e espaço de estar no governo”, afirmou o Calero num dos trechos da gravação.
Já o presidente Temer respondeu: “se é sua decisão, tem que respeitar. Ontem, acho que até fui um pouco inconveniente, né? Insistindo muito para você… para você permanecer. Confesso que não vejo razão pra isso, mas você terá as suas razões.”
Para Rubens Bueno, trata-se de um diálogo protocolar e que em nada compromete o presidente da República. “E sempre é bom ressaltar que o pedido de Geddel, que para mim não deveria ter sido nomeado ministro, já que é investigado na Lava Jato, não foi atendido nem antes e nem depois da demissão de Calero”.