Curitiba, 25 de Outubro de 2016.
14:58
Portal PPS
“A Operação Lava Jato, a mais completa força-tarefa de combate à corrupção já realizada no Brasil, não deve se intimidar com declarações de pessoas poderosas que se consideram acima da lei. Até porque essa foi uma das principais conquistas da operação: a prisão de autoridades que, num passado recente, por terem alta influência no meio político e até no judiciário, conseguiam arrastar processos, evitar prisões e se livrar de condenações por atos de corrupção”. A avaliação foi feita nesta terça-feira pelo líder do PPS na Câmara, deputado federal Rubens Bueno (PR), ao comentar os novos ataques que os membros da operação vêm sofrendo.
O parlamentar lembra que, desde o seu início, a investigação tocada pela força-tarefa vem sendo alvo de tentativas de obstrução. “Já tentaram comprar testemunhas, nomear pessoas em postos do governo para garantir foro privilegiado e atacaram o trabalho do juiz Sérgio Moro, dos procuradores e da Polícia Federal. Agora, no Senado, deflagraram uma operação varredura para atrapalhar investigações em andamento contra políticos suspeitos de integrarem o esquema de corrupção. Apesar de tudo, o trabalho continua avançando. Desde o início defendi que a Lava Jato apure tudo e investigue todos os citados, sempre respeitando o direito de defesa e os limites da lei. Esse é o caminho que vem sendo trilhado e que deve continuar para que possamos passar o Brasil a limpo”, reforçou Rubens Bueno.
Para o líder do PPS, os investigados deveriam se concentrar em suas defesas. “O problema do Brasil é que muitas autoridades não admitem ser investigadas. É uma inversão de valores, se acham acima da lei. Na verdade, um agente público deveria ser o primeiro a se colocar a disposição da Justiça após ser alvo de alguma denúncia. Quem não deve é o principal interessado em mostrar que não existem provas contra ele. E isso se dá por meio de uma investigação que seja o mais transparente possível”, defendeu o deputado.
Rubens Bueno rechaça ainda a tese de que a Lava Jato está partidarizada. “A Lava Jato não tem partido. Não escolhe investigados. O avanço do trabalho é que está revelando as teias dessa organização criminosa que se instalou no poder. Como em toda investigação desse porte, ocorrerem alguns excessos pontuais que devem ser corrigidos. Mas isso não pode servir de desculpa para a desqualificação de uma operação que está fazendo muito bem ao país”, finalizou o líder do PPS.