Curitiba, 27 de Março de 2017.
10:38
CHEGOU AO FIM O CASO MIGUEL DONHA
AZIMIR MANFRON, IRMÃO DE CEZAR MANFRON FOI CONDENADO POR MANDAR MATAR MEU PAI MIGUEL DONHA.
Não sei nem por onde começar... E o que falar, mas talvez o que segue e um pouco do que sinto nesse momento.
Desde aquele fatídico 22 de janeiro de 2000, quando recém feito 14 anos, e eu estava sendo obrigado, sem aviso prévio a dar ADEUS a MEU PAI, pessoa até 2 dias antes jogava bola comigo no campinho de casa, era meu melhor amigo, meu maior companheiro.
Daquele dia até hj...
De Tantas frustrações; como no dia 05 de outubro daquele mesmo ano quando, onde do telhado de minha casa, ouvia CEZAR MANFRON, beneficiado pelo assassinato do meu PAI, proferir o discurso de vitória na campanha daquele ano na praça central da minha cidade. A tantas e tantas pessoas que duvidaram, ou fizeram duvidar por conveniência, para conquistar o PODER a qualquer custo.
De Tantas incertezas; que recém feitos 14 anos, as dúvidas partiam dos simpels nós de gravatas das festinhas de 15 anos, as primeiras namoradas. Do primeiro barbear ao dirigir. Da escolha da profissão ao se tornar um homem DIGNO E DO BEM.
De Tantos medos; das ameaças de morte q minha mãe sofria, até a mais recente contra mim em 2015. Das ofertas que tivemos de MATAR eles, a incerteza q um dia CONSEGUIRÍAMOS justiça da forma como as leis da SOCIEDADE brasileira impoe. E ESSE DIA CHEGOU.
De Tantas perdas; o arrouxo financeiro, de tantas vontades e desejos suprimidos, ao perceber minha mãe se redobrando em mil para poder terminar de pagar nossos estudos.
Da maturidade; de tantos obstáculos nesses 17 anos muitos aparentemente impossíveis de alcançar, da falta que faz até hoje, dos conselhos, da amizade da cumplicidade do amor incondicional.
De YARA DO RACIO LINS DONHA, e essa pessoa as palavras fogem. Mulher que passou por tudo com ele, não apenas naquele sequestro, mas dedicou sua VIDA inteira a ele, o amou tanto q chegou a tocar a certeza da vida terrestre pela AVENTURA de ir atrás de sua ALMA GEMEA, e adoeceu na esperança de encontrá-lo, aonde ele estivesse.
De Miguel Siqueira Donha; espero que tudo o q fiz nesses 17 anos seja motivo de ORGULHO seu, desculpa se demorei tanto, mas lutaria até o último suspiro de minha vida se fosse necessário tal. Peço muito a Deus para Um dia novamente (como na foto) estar a seu colo, e conversarmos sem hora para acabar, e se preocupar com o entardecer. Tenho muito orgulho de carregar seu nome e seu legado, por onde passo.
Da amizade; hoje tenho muito a AGRADECER a amigos que não mediram esforços para ajudar que hoje se tornasse uma realidade, muito especial ao RUBENS BUENO, VILSON GOINSKI, Amadeu Geara, investigador "Jacare", Leonel de Siqueira, Diogo Castor de Mattos. Entre amigos de infância que sempre estenderam seus ombros e ACREDITARAM em nós. Andre Maschio, Fábio Donaisky, Filipe Espírito Santo, Diogo Fantinato, Luiz Maestrelli , Hicham Zraik, Luacas Andrade, Lucas Lacerda, Bruno Lacerda, Eduardo Máximo, Carlos Hoffman, Johnny Nogueira, Maria Milek, Juliana Milek, Valério Milek, entre outros que sempre estiveram e estarão comigo.
Das minhas irmãs, talvez se existem duas pessoas no mundo que HOJE comungam do mesmo sentimento que eu SÃO VOCÊS.
Deomorou, Custou ACREDITAR MAS...
CONSEGUIMOS FAZER JUSTIÇA AO NOSSO PAI.
Faço questão de colocar fotos da decisão judicial nos comentários, onde:
CLARAMENTE DESTACA O CRIME POLÍTICO.
AZIMIR MANFRON DE BARROS
CEZAR MANFRON
Todos os anos após o assassinato de Miguel Siqueira Donha, o deputado federal Rubens Bueno, foi até a Procuradoria Geral de Justiça do Estado do Paraná, cobrar uma solução do caso.
Dos 4 acusados, Edson Farias (autor do disparo) e Antonio Martins Vidal (intermediário), foram ASSASSINADOS no decorrer do processo. Jose Geral Pereira (co-autor) foi levado a Juri popular em 03/07/2014, sentenciado a 13 anos, 07 meses e 10 dias de reclusão.
Ainda resta, o JURI popular de AZIMIR MANFRON DE BARROS, irmão do Ex Prefeito Cezar Manfron de Barros, acusado como mandante da trama. Meu pai à época, era pré-candidato a Prefeito de Almirante Tamandaré. Oposição ao Manfron.
Relembre os fatos:
A morte do bancário Miguel Donha chocou o Paraná no início de 2000. Assassinado no dia 22 de janeiro daquele ano, Donha era filiado ao PPS e o principal nome da oposição para a disputa das eleições para prefeito do município de Almirante Tamandaré, na Grande Curitiba, que na época era comandada por César Manfron, candidato à reeleição. Na noite do crime, ele e sua mulher, Iara, retornavam de um casamento quando foram abordados por dois homens no portão da chácara do casal. Ambos foram levados até Rio Branco do Sul e, no trajeto, Iara foi abandonada pela dupla. Em seguida, os criminosos dispararam contra as pernas de Donha, que teve uma artéria perfurada e não resistiu.
Três semanas após o crime, a polícia prendeu o mecânico Edson Farias, acusado de ser o autor dos disparos. Edson identificou seu comparsa apenas como Zé e disse que havia sido contratado por um motorista da prefeitura, Antônio Martins Vidal, o Tico Pompílio, para dar um "susto" em Donha. Em troca do serviço, Edson receberia R$ 300 e um cargo na prefeitura. O irmão do prefeito, Ademir Manfron, chegou a ser citado nas investigações por participação no crime, mas ainda não foi levado a julgamento. Edson, Tico Pompílio e um cunhado do motorista foram assassinados no decorrer do processo. O motorista da prefeitura seria apenas o contratante do crime, restando à Promotoria a tarefa de identificar os verdadeiros mandantes.
Em 2014 apenas o cúmplice, José Geraldo, foi condenado com a pena de 13 anos e 7 meses de reclusão, porém, está foragido e quem mandou matar Miguel Donha ainda está a solta.