Curitiba, 05 de Abril de 2017.
08:01
foto: Franklin de Freitas
Vereador Helio Wirbiski (PPS): ameaças pelo celular
BemParaná - Ana Ehlert
A proposta do plano de recuperação de finanças de Curitiba, encaminhada à Câmara Municipal pelo prefeito Rafael Greca (PMN) nem chegou ao plenário, mas já virou caso de polícia. Composta por 12 projetos que mexem com a carreira de servidores públicos municipais, alteram e criam taxas, entres outras resoluções, a proposta é rejeitada pela classe trabalhadora. Por conta disso, alguns vereadores estariam recebendo ameaças por e-mail e mensagens de celular.
Ontem, durante a sessão do plenário da Casa, o vereador Dr. Wolmir Aguiar (PSC) declarou que fez uma denúncia sobre memes (montagens postadas em redes sociais) com abordagens “desrespeitosas”, referente ao seu mandato, no Núcleo de Combate aos Cibercrimes (Nuciber), da Polícia Civil. “Fiz uma queixa-crime e estamos pedindo a apuração para identificar quem fez e representar criminalmente”.
Para ele, é necessário haver respeito mútuo entre vereadores e servidores públicos. “Muitos (servidores) que estão mandando mensagens não estão se identificando, acho que têm que ter o caráter de se identificar. Diálogo sim, mas agredir não. Entendo que estamos em um novo tempo e ninguém trabalha aqui sob ameaça”, disse.
Ontem, na sessão plenária da Casa, o debate sobre o assunto começou com o vereador Helio Wirbiski (PPS). Ele ocupou a tribuna para se manifestar contra a forma “desrespeitosa” como tem sido tratado. Helio Wirbiski relatou aos colegas do legislativo que recebeu e-mails e mensagens via celular em tons de ameaça.
O vereador também citou os memes (montagens) que circulam pela internet. Nestas publicações, segundo ele, há a insinuação de que os parlamentares seriam cúmplices de um roubo nos cofres do Instituto de Previdência dos Servidores do Município de Curitiba (IPMC) — objeto de uma das maiores mudança propostas por Greca. Greca propôs criar um fundo de pensão. Com este modelo, o IPMC seria responsável por garantir o pagamento de valores até o limite do teto do INSS, hoje de R$ 5,5 mil. Os servidores que queiram receber acima deste valor devem fazer contribuições complementares para esse fundo de pensão.
Wirbiski declarou, em plenário, estar recebendo mensagens dizendo que sabem onde ele mora e que a partir de agora passará a ter problemas. “Eu tenho que pensar no funcionalismo, tenho que pensar no professor. Mas tenho que pensar no conjunto da minha cidade, que é quem paga impostos, que é quem contribui para pagar o salário desses funcionários públicos”, disse.
“Eu só fico um pouco constrangido porque muitos sindicalistas, não todos, e pessoas do meio do funcionalismo, têm usado de algumas formas desrespeitosas”, disse. “Desrespeitando meu mandato e a minha dignidade. Eu tinha o sonho de ser vereador, assim como eu acho que cada um de vocês teve. Eu lutei muito para ser. E o princípio básico da democracia é representar o bem comum e é o que eu quero fazer”, frisou.
A reportagem entrou em contato com o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc) e o Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba (Sismmac) para falar da ameaças citadas pelos vereadores. Nenhum representante das organizações sindicais retornou até o fechamento desta edição.