Curitiba, 13 de Setembro de 2016.
08:17
Para o líder do PPS, Rubens Bueno (PR), o resultado da votação mostra que o conjunto dos parlamentares se voltaou para o interesse público que exigia a cassação do ex-presidente da Câmara.
Robson Gonçalves
Deputados votam pela cassação do ex-presidente da Câmara
Portal PPS
A bancada do PPS votou unanimemente, na noite desta terça-feira (12), pela perda do mandato do ex-presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Os oitos votos do partido (veja abaixo os nomes dos parlamentares) se somaram aos outros 442 votos que foram favoráveis à cassação do peemedebista. Eram necessários, no mínimo, 257 votos para a aprovação do processo. Apenas 10 parlamentares votaram a favor do denunciado.
A decisão do plenário ocorre há exatos 334 dias após a representação contra Cunha, por suposta quebra de decoro, ter sido protocolada no Conselho de Ética da Câmara. O peemedebista foi cassado após a maioria dos deputados concluir que ele mentiu na CPI da Petrobras, ao dizer que não tinha contas no exterior.
Para o líder do PPS, Rubens Bueno (PR), o resultado da votação mostra que o conjunto dos parlamentares se voltaou para o interesse público que exigia a cassação do ex-presidente da Câmara.
“O Brasil deu mais um passo no resgate daquilo que o Parlamento precisava resgatar que é a responsabilidade, a moralidade e o interesse público. E isso foi dado agora. Primeiro foi a aprovação do impeachment e agora com a cassação de Eduardo Cunha que fazia política usando de todos os meios para permanecer no poder. Ele e o PT têm o mesmo estilo de fazer política”, disse Bueno.
A deputada Eliziane Gama também destacou a necessidade de sintonia entre o Legislativo e o povo.
“Todos nós sabemos que Eduardo Cunha mentiu na CPI da Petrobras, mas além disso não podemos esquecer as várias manobras que ele utilizou fazendo uso das suas prerrogativas de então presidente. Esta Casa precisa neste momento é votar e cassar para não se divorciar do sentimento da população que clama por justiça e pelo fora, Cunha”, afirmou Gama, ao encaminhar uma das votações.
PPS em defesa do parlamento
Desde que surgiram as primeiras denúncias contra o então presidente da Câmara por suposta participação no esquema de corrupção descoberto pela operação Lava Jato, deputados do PPS já vinham cobrando o aprofundamento das investigações e a saída de Cunha do mais alto cargo da Mesa Diretora da Câmara.
Rubens Bueno (PR) e Arnaldo Jordy estiveram, em novembro do ano passado, na Procuradoria Geral da República (PGR) para pedir ao procurador Rodrigo Janot que solicitasse ao Supremo Tribunal Federal (STF) o afastamento do peemedebista do cargo de presidente. Meses depois, o STF determinou o afastamento de Eduardo Cunha. Jordy já havia acionado a Corregedoria da Câmara para investigar a conduta do então presidente da Câmara.
Outra iniciativa do PPS para cobrar explicações de Eduardo Cunha se deu na CPI da Petrobras que investigou um dos maiores escândalos de corrupção do país. A então representante do PPS na Comissão, Eliziane Gama (MA), foi autora de um dos pedidos de convocação para ouvir Cunha, que já era alvo da Lava Jato.
Quando o processo de Cunha chegou no Conselho de Ética, Eliziane Gama e Sandro Alex (ainda filiado ao PPS) se posicionaram favoravelmente a favor da continuidade da representação por quebra de decoro.
E mais recentemente, tão logo o deputado Rodrigo Maia (DEM) venceu a eleição para a Presidência da Câmara, o líder do PPS, Rubens Bueno, cobrou a marcação da votação do processo contra Eduardo Cunha pelo conjunto dos parlamentares.
E assim ocorreu. No dia 12 de setembro de 2016 foi realizada sessão da Câmara dos Deputados que julgou e cassou Eduardo Cunha, pondo fim a uma novela trágica iniciada no dia 14 de outubro de 2015.