Curitiba, 14 de Março de 2017.
12:42
Robson Gonçalves
Deputado ressalta que partido sempre foi contra a ideia que busca beneficiar políticos e partidos investigados pela Lava Jato
Portal PPS
O deputado federal Rubens Bueno (PPS-PR) rechaçou nesta terça-feira (14) qualquer manobra em plenário para aprovação de um projeto que conceda anistia penal, civil e eleitoral para todos aqueles políticos que praticaram caixa 2 de campanha. A movimentação em torno do tema já é pública e tem indignado toda a sociedade.
“A posição do PPS sempre foi muito clara. Há muito tempo somos contra qualquer tipo de anistia ao caixa 2, seja em que momento for. Defendemos a criminalização dessa prática e não admitimos que, em pleno andamento da Lava Jato e na véspera do procurador-geral da República pedir a abertura de novos inquéritos contra parlamentares, grupos tentem aprovar um perdão para quem já praticou esse ilícito”, protestou o parlamentar.
De acordo com Rubens Bueno, nos bastidores fala-se inclusive em dar perdão criminal. “Isso poderia beneficiar diversos políticos e partidos investigados pela Operação Lava Jato. Não concordamos de maneira alguma com isso. Espero que não levem essa ideia adiante e, se levarem, vamos pedir a votação nominal para que cada parlamentar deixe claro o seu voto e nenhum resultado da votação fique na penumbra”, afirmou.
Rubens Bueno ressaltou ainda que ao colocar um projeto com esse teor na pauta do plenário a Câmara mostrará que não tem mais nenhum ponto de sintonia com a sociedade. “Não bastou a Lava Jato com tudo o que está acontecendo e o que está por vir. Parece que essa Casa não tem consciência da responsabilidade com o momento que estamos vivendo. Parece que nada disso serviu. Tem muito gente que não está ligando para o seu eleitorado e pensa apenas em aprovar uma medida para lhe blindar da punição por ilícitos que cometeu e, certamente, se aprovado um projeto deste, vai continuar cometendo”, alertou.
O deputado lembrou ainda que bilhões de reais foram carreados para partidos, campanhas e candidatos e, apesar disso, ainda persiste uma movimentação para tentar anistiar aqueles que praticaram o caixa 2. “E aqui tem alguém, ou alguns, que desejam passar ao largo disso, mesmo sabendo que temos que enfrentar esse problema com a legislação adequada para fechar qualquer brecha para que aqueles que corrompem e buscar mecanismos para punir aqueles que usam dinheiro público incorretamente. Vamos votar contra qualquer proposta de anistia ao caixa 2. Seja quando for. Caixa 2 tem que ser criminalizado e foi isso que sempre defendemos. Não vamos admitir qualquer alteração que não seja para melhorar e fortalecer o trabalho daqueles que fiscalizam a correta aplicação do dinheiro público”, avisou Rubens Bueno.
Durante a votação das 10 medidas de combate a corrupção, já houve uma tentativa para anistiar a prática de doações eleitorais não contabilizadas. No texto da emenda de anistia que chegou a circular pela Câmara estava previsto que “não será punível nas esferas penal, civil e eleitoral, doação contabilizada, não contabilizada ou não declarada, omitida ou ocultada de bens, valores ou serviços, para financiamento de atividade político partidária ou eleitoral realizada até a data da publicação desta lei”.