Curitiba, 17 de Maio de 2017.
17:07

Venezuela: Parlamentos da América Latina, EUA e União Europeia aumentam pressão por eleições gerais em conferência internacional

A pressão internacional pela retomada da democracia na Venezuela com a realização de eleições gerais ganhará novo reforço no próximo dia 23 de maio, em Brasília, quando deputados e senadores da América Latina, EUA e União Europeia vão participar da conferência “Diálogo Parlamentar em Defesa da Democracia na Venezuela”. Do plenário da Câmara dos Deputados, eles vão manifestar a posição de seus países sobre a crise que toma conta do território venezuelano e, em conjunto, divulgarão uma carta aberta que pretende marcar uma posição mais firme de um setor importante da comunidade internacional em relação as atitudes autoritárias do governo de Nicolás Maduro contra a oposição e a população.

Robson Gonçalves

Na semana passada, Rubens Bueno se reuniu com Lilian Tintori, esposa do líder oposicionista Leopoldo López, mantido preso pelo governo de Maduro desde 2014

Evento no próximo dia 23 de maio, em Brasília, reunirá deputados e senadores de mais de 10 países que divulgarão uma carta em defesa da retomada da democracia na Venezuela

A pressão internacional pela retomada da democracia na Venezuela com a realização de eleições gerais ganhará novo reforço no próximo dia 23 de maio, em Brasília, quando deputados e senadores da América Latina, EUA e União Europeia vão participar da conferência “Diálogo Parlamentar em Defesa da Democracia na Venezuela”. Do plenário da Câmara dos Deputados, eles vão manifestar a posição de seus países sobre a crise que toma conta do território venezuelano e, em conjunto, divulgarão uma carta aberta que pretende marcar uma posição mais firme de um setor importante da comunidade internacional em relação as atitudes autoritárias do governo de Nicolás Maduro contra a oposição e a população.

Há mais de um mês manifestantes tomam as ruas do país protestando contra o regime e reivindicando o direito de eleger livremente todos os seus representantes. O governo contra-ataca com violência. Desde abril 42 manifestantes foram mortos em confrontos com forças policiais e grupos paramilitares patrocinados pelo regime bolivariano. Tentando se manter no poder, Maduro agora pretende promover uma Constituinte com representantes escolhidos a dedo.

“A Venezuela vive hoje uma ditadura e nós, que integramos diversos parlamentos do mundo, estamos firmes na defesa da retomada da democracia no país. Isso só vai acontecer com eleições gerais que tenham amplo acompanhamento de observadores internacionais. A manifestação dos parlamentos se unirá à preocupação já manifestada pela Organização dos Estados Americanos (OEA), pelas Nações Unidas e outros países e organismos internacionais”, afirma o deputado federal Rubens Bueno (PPS-PR) que está à frente da organização da conferência.

Membro do Parlamento do Mercosul (Parlasul) e da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, o parlamentar ressalta ainda que a Venezuela se afastou do caminho democrático e é dever dos parlamentos reforçar a pressão internacional. “O presidente Nicolás Maduro desconhece o resultado das últimas eleições de 2015 quando a oposição conquistou cerca de dois terços da Assembleia Nacional. Ele não respeita as decisões do Legislativo e até já tentou transferir suas funções para a cúpula da Justiça, toda indicada e controlada por ele. Também suspendeu as eleições para governadores (que deveriam ter acontecido em 2016) e ainda não marcou a data para as eleições de prefeitos. Além disso, o regime mantém dezenas de presos políticos. Um governo que mantém presos políticos e censura a imprensa não pode ser considerado democrático”, criticou Rubens Bueno.

O deputado lembrou ainda que o caos econômico e social, que já provoca uma inflação de 700% por ano e a falta de alimentos e remédios, fez com que a crise ultrapassasse as fronteiras do país e provocasse uma migração enorme para países vizinhos. “Milhares de pessoas estão fugindo para a Brasil, Colômbia e outros países em busca não só da liberdade, mas de uma dignidade mínima que lhes permita ter, ao menos, uma roupa para vestir e um prato de comida para se alimentar. Temos notícias de que 80 mil venezuelanos já estão nas fronteiras tentando entrar nos países vizinhos. Aqui no Brasil, os estados do Amazonas e do Acre enfrentam sérios problemas com isso. A situação é crítica e precisa ser mediada pela comunidade internacional”, defendeu Rubens Bueno.

Presenças confirmadas

Já confirmaram presença na conferência do dia 23 as delegações do Brasil, Argentina, Peru, México, Colômbia, Chile, Guiana, Estados Unidos, Espanha, Itália, Portugal, do parlamento europeu e da prórpia Venezuela. Entre os presentes estarão os presidentes da Câmara dos Deputados do Brasil, Rodrigo Maia; do Senado brasileiro, Eunício Oliveira; da Assembleia Nacional da Venezuela, Julio Borges; da Câmara dos Deputados da Argentina, Emilio Monzó; do Congresso do Peru, Luz Salgado; da Câmara dos Deputados do México, María Guadalupe Murguía Gutiérrez; da Assembleia Nacional da Guiana, Barton Scotland; da Comissão de Relações Exteriores do Senado italiano, Pierferdinando Casini; além dos deputados ítalo-brasileiros Renata Bueno e Fabio Porta; e o presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas do parlamento de Portugal, Sérgio Sousa Pinto.

Os parlamentos da Colômbia, Chile, Estados Unidos, Espanha e o Parlamento Europeu confirmaram a participação, mas ainda estão definindo os nomes de seus representantes.